Setembro Amarelo orienta sobre ações de prevenção ao suicídio

Ranqueado como a segunda causa de morte mais frequente entre jovens de 15 a 29 anos – ficando atrás apenas de acidentes de trânsito – o suicídio já é considerado uma epidemia mundial segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados foram publicados em 9 de setembro.

O mês de setembro é amarelo porque dia 10 é a data escolhida para o Dia Mundial de Combate ao Suicídio. Em 2015, no Brasil, o mês foi escolhido pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo  Conselho Federal de Medicina (CFM ) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com a proposta de associar a cor ao mês. A ideia é sensibilizar a população a respeito da depressão e do suicídio, destimisticar tabus e esclarecer sobre os impactos dos transtornos mentais na vida pessoal e profissional.

De acordo com a psicóloga Karina Lino Anadão, deve ser dada toda importância ao mês de visibilidade porque é um meio de informar as pessoas, para que todos consigam identificar comportamentos de amigos, familiares e colegas de trabalho que possam ter este tipo de pensamento. “Geralmente são pessoas muito jovens que acabamos perdendo porque não conseguimos identificar isso e nem intervir em um tempo hábil”, comenta. A servidora municipal, que trabalha no Centro de Referência do Idoso ainda lembra que cada faixa etária e cada indivíduo expressa tais pensamentos ou comportamentos de formas diferentes. Ela ressalta que, no ambiente de trabalho, podemos identificar isso por mudanças de peso, comentários pessimistas e perca de vaidade. Além disso, as relações sociais devem ser observadas. “Uma pessoa que costumava sair com os colegas de trabalho e, de uma hora para outra, deixa de fazer isso, pode estar passando por problemas e precisa de ajuda”, comenta.

O suicídio no Brasil e no mundo

• A OMS estima que 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente (dados de 2016).
• Mais da metade dos casos de morte por suicídio no mundo (52,1%) são de pessoas com menos de 45 anos.
• O número de países que têm estratégias de prevenção ao suicídio cresceu nos últimos cinco anos, desde a publicação do primeiro levantamento da OMS. Apesar disso, a quantidade – 38 – representa apenas 19% de todos os países do mundo.
• De acordo com a OMS, 90% dos casos de morte por suicídio poderiam ser evitados por meio da prevenção.

De acordo com Karina, as pessoas ainda têm preconceito quando o assunto é transtorno mental. “Se uma pessoa se afasta do trabalho por alguma outra doença, quando volta é vista como uma heroína que venceu. A situação não é a mesma com o retorno de alguém que sofreu um transtorno mental. Geralmente essa pessoa perde a credibilidade perante os colegas”, comenta.

Sobre o tipo de ajuda, Karina enfatiza a importância de estarmos atentos aos nossos pares e familiares. “Se a pessoa está com uma depressão grave e se abre com você, além de ouvir, é importante que você ajude ela. Isso deve ser feito incentivando e até levando a pessoa para um especialista, psicólogo ou psiquiatra, para ajudá-la efetivamente”, conclui.

Saúde Mental na Escola
Pensando no mês como um momento de destaque para a conscientização da prevenção ao suicídio, as secretarias de assistência, educação, saúde de Prudente realizarão a sétima edição do Seminário Municipal do Programa Saúde na Escola. O evento, que este ano tem o tema “Saúde Mental na Escola: Reflexos sobre famílias e políticas públicas”, acontece de 23 a 25 de setembro e é voltado às servidoras e servidores lotados nas duas secretarias. De acordo com a organização, o objetivo é “refletir sobre a saúde psicossocial e prevenção de agravos, possibilitando um olhar diferenciado e atuação conjunta e profissionais de políticas públicas diversas sobre a prevenção de automutilações, depressão infantil, uso de drogas, gravidez na adolescência, violência, entre outros”.

O Centro de Valorização à Vida
O objetivo do CVV é ajudar as pessoas dando a devida atenção para as suas aflições. O atendimento é feito 24h por chat, telefone, e-mail ou então pessoalmente, por meio dos postos de atendimento. O número do centro é o 144 e a ligação é gratuita. O atendimento por chat é feito pelo site.