Sindicato participa de audiência em defesa da universidade pública

“A partir de agora, precisamos aumentar a pressão junto ao poder público para que as demandas sejam reconhecidas e atendidas”, avalia Ricardo Pires de Paula, professor da FTC/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) e representante do sindicato dos professores da universidade, durante a audiência que foi realizada na Câmara Municipal de Presidente Prudente.
A partir das 14h da última sexta-feira (10), os assentos do plenário estavam lotados de estudantes, professores, representantes da universidade e sociedade civil que debateram sobre a importância da “Defesa da Universidade Pública gratuita, de qualidade e socialmente referenciada no Estado de São Paulo”.
Em um país onde apenas 14% da população adulta tem um diploma universitário, o aluno do curso de Geografia, Saulo ressalva a importância de incluir a comunidade no debate em prol da universidade. “No momento em que fazemos uma audiência que escancara todos os problemas e dificuldades que a Unesp tem, damos o primeiro passo para incluir todos nas discussões”, avalia.

O estudante acredita que a universidade é uma porta de emancipação para as pessoas negras e para a toda a sociedade e que, por meio da formação universitária, a população consegue mudar a realidade em que vive.
“Acredito que as pessoas precisam deixar de ver a universidade apenas como um espaço físico, mas sim como um ambiente que proporciona conhecimento que vai conseguir melhorar o país, em todos os aspectos em um curto tempo”, comenta Gabriela Pereira, estudante do curso de Arquitetura.
Sobre as expectativas após a realização da audiência, o mestrando em Geografia, João Paulo Pimenta, espera que “os vereadores e deputados se sensibilizem com a nossa situação [da Unesp] e levem para o governo a importância da manutenção da universidade e o risco social que representa o desmonte da educação”. Ainda de acordo com João, o objetivo do evento era debater a últimas políticas de degradação das universidades, como os cortes nas verbas considerando o impacto positivo que o nível universitário oferece na vida da população. Pensando na importância, a Meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE), que se encerra em 2024, se refere especificamente à expansão do ensino superior no Brasil. De acordo com ele, pretende-se chegar a um percentual de 33% de jovens de 18 a 24 anos nesse nível de ensino. “A democratização da universidade, que precisa ser ampliada, está em grande risco e isso precisa ser levado à população. Já estamos sentindo cortes em projetos de extensão e nas bolsas, além da diminuição de investimento na contratação de professores e funcionários”, conclui.
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