Sintrapp, 31 anos de história – 2ª gestão / De 1992 a 1994

O ano de 1992 ficou marcado pela eleição municipal e sindical. As eleições para prefeito foram vitoriosas para Agripino Lima e seu vice Adilson de Oliveira. Também foi ano de eleição no sindicato, e Alexandre continuou na presidência.
Em 1993 Agripino Lima Filho assume a prefeitura de Presidente Prudente, é o início de um cenário conturbado para os servidores públicos, uma fase de grandes desafios para o SINTRAPP. Alguns dias após tomar posse o prefeito decretou o fim do piso de dois salários mínimos, assim como o fim do reajuste mensal dos servidores municipais(*).
Várias tentativas de negociação junto ao prefeito e nada de uma proposta de reajuste. A categoria decide fazer um dia de paralisação, dando um alerta a administração da possível greve.

Mais de mil servidores paralisaram em frente ao paço municipal em protesto contra a recusa do prefeito em abrir negociação e respeitar a Lei Orgânica que determinava o reajuste mensal dos salários. As perdas nessa época chegavam em mais de 50%. Os servidores permaneceram durante todo o dia, e pela primeira vez o Departamento de Tributação, instalado no primeiro andar, do paço municipal ficou sem arrecadação, pois todos os servidores aderiram a paralisação. No final do dia em Assembléia os servidores decidiram pela greve, mas ela não aconteceu pois o prefeito concedeu um reajuste de 28,74%.
Três meses depois, acontece a greve, que tomou uma proporção muito grande de um lado estavam os servidores reivindicando reajuste e melhorias, pois o arrocho salarial na época era de 152%. Nem mesmo as ameaças da administração em descontar os dias parados intimidou a categoria que continuou em greve.
Do outro estavam as empresas de ônibus que também tinham sido atingida pela intransigência e arbitrariedade do prefeito Agripino. A greve que era intitulada «dos 152%» ficou conhecida também como «greve da Brasília». Essa greve ficou marcada também pelo impasse que houve no momento de sua finalização, alguns setores como a Educação achavam que não era momento de acabar, gerando grandes descontentamento, onde os professores cogitaram criar um sindicato próprio, mas preferiram começar a organizar a oposição sindical.

A falta de interesse em negociar manteve a greve dos servidores municipais. Um dia após a tentativa de negociação (12), ocorreu na cidade uma grande mobilização dos ônibus da empresa TCB ( Transporte Coletivo Brasilia), pois a empresa corria o risco de ser fechada, perdendo todas suas linhas. As mobilizações fundiram-se, os servidores aderiram ao movimento dos funcionários da TCB e vice-versa. Nesse dia um grande contingente de servidores municipais aderiu ao movimento. Os trabalhadores da TCB levaram 100 ônibus ao centro da cidade, parando o transito em protesto ao possível fechamento. O decreto foi baixado às 21:00 horas daquele dia 12 de agosto. A empresa TCB por esse decreto estava sendo extinta e suas linhas passariam a ser operadas pela empresa Jandaia. Após baixar o decreto, o prefeito saiu da prefeitura escoltado por 12 oficiais da P.M. – O Imparcial, 12 de agosto de 1993, p. 04:
«Logo após às 21:00 horas, o prefeito deixou a prefeitura escoltado por 12 oficiais da Polícia Militar. No trajeto até o veículo que o esperava, ele foi fortemente vaiado pelos servidores que permaneciam em vigília em frente ao Paço Municipal. Os policiais interromperam o trânsito, evitando que algum carro se aproximasse […].
A greve se estendia, sem que houvesse negociações, o prefeito estava irredutível e a cada dia desqualificava a categoria, teve um episódio que ficou marcado para os servidores que estavam em frente a prefeitura, o prefeito do seu gabinete, jogou«balinhas» pela janela.
No dia 13 de Agosto o acesso à prefeitura da cidade foi interditado, e a Polícia Militar usou todo seu contingente para retirar os grevistas da frente da prefeitura. Um pano negro foi colocado na faixada do prédio representando o luto no Poder Legislativo na cidade. Alguns grevistas denunciaram a truculência da P.M ao jornal «O Imparcial» a P.M negou. Posteriormente houve uma negociação entre a prefeitura e os funcionários da empresa Brasília, que seriam realocados para o trabalho.

A cidade estava um caos, postos de saúde fechado, escolas fechadas, e a greve já durava 12 dias, porém no dia 17 houve uma negociação.
O reajuste de 152% pedido foi negociado por 42,7%, metade dos dias parados, e a promessa da reformulação do SASSOM e criação da CIPA.
O ano de 1994 se desenrola sem maiores problemas entre prefeitura e sindicato. Tivemos no mês de setembro daquele ano, um aumento de 13% nos salários. A expectativa em torno das eleições sindicais se acentuava, a oposição já estava formada e as eleições ocorreram em três dias, 30 de novembro, 01 e 02 de dezembro. A oposição venceu uma eleição acirrada. A presidência do Sindicato passou às mãos de Genilda Sueli Bernardes Teixeira.

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