Sintrapp, 31 anos de história – 3ª gestão / de 1995 a 1997

Em janeiro de 1995 inicia a gestão da Chapa de Oposição “Ação” organizada pelos professores e liderada pela companheira Genilda Bernardes. Mesmo diante de uma política irresponsável dos governantes desse país que naquela época sufocava a classe trabalhadora, o Sindicato liderado por essa gigante mostrou que tinha competência e disposição para com muita luta garantir os direitos dos servidores.

Já no primeiro mês realizou a primeira paralisação da categoria (02/02/1995), que reivindicava um aumento de 40% no salário dos servidores. Centenas de servidores foram até o paço municipal protestar. Conseguiram um aumento de 20% e a promessa de uma nova negociação durante o ano.

Cenário Político– Nessa época a conjuntura econômica, social e política do Brasil eram extremamente desfavoráveis aos trabalhadores. Os altíssimos índices de inflação devoraram os salários e o arrocho esmagava a classe trabalhadora. Diante desse cenário, a categoria dos servidores teve que se reorganizar e unificou a luta em todo estado. A primeira greve, encabeçada pela nova chapa ocorreu em abril. As mobilizações tiveram início no dia 28 de março, quando houve um reajuste salarial de 59% para o secretariado da cidade, enquanto para os servidores o reajuste foi de 20%, sendo que a categoria pedia 40%.
Servidores municipais de Prudente protestam contra ato do Executivo: Cerca de 100 servidores públicos estiveram ontem à tarde na rampa do Paço Municipal Florivaldo Leal para protestar contra o aumento concedido pelo prefeito Agripino Lima aos seus secretários, na ordem de 59%; enquanto os trabalhadores em geral pediram 40% de reajuste e só receberam uma parte, parceladamente. – O Imparcial, 29 de março de 1995, capa

E no dia 03 de Abril/95 é deflagrada a greve e a partir desse movimento foi desencadeada uma série de outras paralisações, fator decisivo para a conquista da Cesta Básica, reajuste salarial, abono aniversário e outros.
* Conquistamos também o adicional de nível universitário de 65% aos servidores efetivos.
A categoria unida se fortalecia a cada luta, por mais dura que ela fosse. Aos poucos o Sindicato foi se consolidando como entidade representativa sempre ao lado dos interesses dos trabalhadores e contra medidas da administração municipal que resultavam nas perdas de direitos.
O sindicato tornou-se um instrumento de luta que vem crescendo ano após ano.

Paralela a luta incessante por melhores condições de trabalho e salários, nos deparávamos também com a globalização que chegava ao Brasil, saímos na frente em diversos debates como na discussão da Alca (Área de Livre Comercialização das Américas).
Estava firmada em Prudente uma liderança sindical feminina, que mostrava que a mulher havia consolidado a sua participação no mercado de trabalho e também nos meios políticos que o cercam.

Se unir o bicho foge…
” Conseguimos legitimar o Sindicato da categoria e desde então lutamos por melhorias. Sabíamos que havia muito a ser feito. Mas sempre tive certeza dentro de mim que estávamos no caminho certo”. Genilda Bernardes
Os protestos contra o aumento desigual culminou no início de uma greve no dia 04 de abril, com adesão inicial de 75% da categoria (1900 servidores). A prefeitura se negava a abrir negociações com os servidores e a greve se estendeu. Durante os dias passados os servidores mobilizaram-se em frente ao prédio da prefeitura.
Após a greve consolidada, o prefeito saiu em viagem, segundo o jornal Imparcial, foi para a cidade de Coxim – MS.
A viagem do prefeito emperrou ainda mais as negociações. Após nove dias de greve, os índices de adesão marcavam 80% da categoria presente. O legislativo buscava intervir para que a greve chegasse ao fim o mais rápido possível, já que grande parte da população estava sem vários serviços básicos dos órgãos municipais.

No dia 12 de abril houve um “Panelaço” dos manifestantes em frente à prefeitura e os secretários buscaram uma negociação, representando o prefeito, a negociação não deu resultados, e foi remarcada para o dia 17 de abril (segunda-feira) data em que o prefeito já estaria de volta ao município.

Houve em novembro uma última paralisação dos servidores naquele ano.
No dia 22 de novembro, 80% dos servidores pararam, pedindo negociações e um reajuste de 14% para acompanhar a inflação. Outro aviso dos servidores ao prefeito nessa paralisação foi em relação às vagas do concurso público, que havia ocorrido, e as vagas não estavam sendo preenchidas. A prefeitura disse que só em maio de 1996 abriria negociações com os servidores. (O Imparcial, nov. 1995).
No finalzinho de 96 acontece eleição no Sindicato e a companheira Genilda é reeleita, a administração local muda e entra a gestão de Mauro Bragato que trazia em sua promessa de campanha valorização do servidor. Tivemos um grande avanço na história do Sindicato e dos Servidores que foi a implantação da Comissão Permanente de Negociação – CPN, objetivando o Contrato Coletivo de Trabalho – CCT, que foi positivos para a categoria, administração e a população e que nos concedeu:
- Anistias de faltas de greves no período entre 1.990-1996 – Consequentemente direito de receber licenças-prêmio desse período; – Reposição salarial de perdas acumuladas no periodo de 1.993-1996 no valor de 44,20%: Recebemos: 20% em março/97 e 5% em julho/97 – totalizando 26% /Restante para janeiro/fevereiro/ 98. Liberação de mais dois dirigentes sindicais, totalizando cinco diretores afastados para o desempenho do mandato classista e 12 dispensas anuais para todos os diretores desempenharem atividades do mandato classista; Restruturação do estatuto do magistério; Regimento Interno das Escolas Municipais; Redução da Jornada de Trabalhos das ADIs de 40 horas para 34 horas semanais: 30 horas com atividades educacionais e 4 horas H.T.P. (Hora de Trabalho Pedagógico); – Regularização da situação funcional dos vigias; – Uniforme para algumas funções; Transporte para os servidores; Passe com desconto de 50% para todos exceto cargos de confiança; Ônibus para os funcionários do Parque de Obras; -Ampla discussão sobre municipalização do ensino; -Ensino supletivo para os Servidores Municipais; Pagamento do Adicional de Insalubridade para os Serviços Gerais e para os funcionários que trabalhavam nas piscinas da AMEPP; -Pagamento do Adicional de Periculosidade dos funcionários que trabalhavam no açougue e padaria na Merenda Escolar; – Incorporação do abono de aniversário aos salários dos Servidores;- Recebimento do abono de aniversário, conforme estabelecido na administração anterior (No dia do aniversário) para servidores que não receberam na época; Amplo debate com funcionários da AMEPP sobre reestruturação e proposta para transformação da Autarquia para Secretaria Municipais;
Tivemos muitos avanços…
Mas por outro lado, tivemos um dos maiores desgaste emocional da categoria.
Confira no próximo Capitulo!
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