Sintrapp participa de audiência sobre revogação arbitrária do Currículo Municipal de Prudente

Na noite da última quinta-feira (31), a Câmara Municipal realizou uma audiência pública com o objetivo de averiguar o cenário e os motivos pelos quais a administração prudentina revogou o currículo municipal, que foi construído coletivamente com profissionais de educação e recursos financeiros do Fundeb.
A audiência, requerida pelo vereador Douglas Kato em atenção às solicitações tanto do Sintrapp, quanto do Conselho Municipal de Educação (Comed) e de outras instâncias ligadas ao controle social da educação prudentina, reuniu diversas representações para que fossem prestados os esclarecimentos acerca da decisão. Neste sentido, o sindicato agradece ao nobre vereador que se dispôs a levar à Casa de Leis tal reivindicação.

Em sua fala, a presidenta do Sintrapp, Luciana Telles, comentou que tem “muitos motivos para defender o Currículo Municipal. Porém, vou me ater à participação dos profissionais que tiveram anos de empenho e sofreram com a revogação totalmente arbitrária e autoritária do que foi elaborado”. Sindicalista enfatizou que a decisão da administração foi antidemocrática, haja vista que a atitude desconsidera todo o processo colaborativo envolvido na construção do documento.
A presidenta do sindicato ainda lembrou que a “educação pública deve ser tratada como política pública, e não uma política de governo que é alterada a cada novo político que assume o executivo municipal”. Em resposta a comentários feitos anteriormente à sua fala, ressaltou que as manifestações do público durante a audiência – na data em que se completam 58 anos do golpe militar que instaurou uma ditadura no Brasil que durou 21 anos – “não são falta de educação”, mas sim uma forma de expor sentimentos, o que só é possível por meio da democracia.
Diversos representantes de entidades e órgãos ligados à educação se posicionaram de forma contrária à revogação do Currículo. A vice-coordenadora do Fórum Municipal de Educação e Diretora do Sintrapp, Simone Deak, durante sua fala, destacou que foi “uma das pessoas que batalharam para que o currículo fosse construído e aprovado”. Além disso, a servidora de 33 anos de carreira contrapôs o conteúdo do Currículo Estadual com o do Municipal. “Os quadros de conteúdo do currículo municipal estão melhor elaborados e aprofundados porque houve uma discussão muito mais rica e participativa”, acrescentou.
Ainda durante a audiência, foram elencados diversos pontos pelos quais a revogação do Currículo Municipal e sua substituição pelo material estadual deva ser estudada. Ronaldo Castange, que é professor atuante na educação especial, enfatizou que “o currículo municipal ao contrário do estadual, deu importância às necessidades da educação especial. É preciso ação, planejamento e respeito para com as crianças e a população!”.
Ao fim do evento, em seu período de considerações finais, Luciana Telles enfatizou que sai da audiência muito satisfeita pelas discussões. “Diante de tudo o que ouvi, saio ainda mais convencida de que o Currículo Municipal é muito bom, respeitoso e democrático por ser construído por diversas mãos. Saio mais convencida ainda de que temos que lutar por este currículo!”
Nos encaminhamentos, o presidente da Câmara, Demerson Dias, informou que a casa de leis prudentina elaborará uma ata e providenciará o encaminhamento às autoridades e também ao executivo, para que as ponderações e questionamentos da audiência sejam avaliados.
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