Seminário discute os desafios para a Educação em Prudente

Seminário discute os desafios para a Educação em Prudente


Com o objetivo de reunir profissionais e interessados na área em reflexões acerca do panorama político da Educação, tanto na esfera nacional, estadual, quanto discutir os desafios da educação municipal e o Plano Municipal de Educação, acontecerá o seminário “DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO DE QUALIDADE NA ATUAL CONJUNTURA POLÍTICA: OS PLANOS DE EDUCAÇÃO”. As discussões acontecerão de forma online, por meio de uma livestream no Canal do Sintrapp no Youtube.

Temas das mesas e discussões
No dia 11 de maio, às 19h, o Coordenador do Fórum Nacional de Educação, Professor Heleno Manoel Gomes, fará uma análise do “Panorama Político da Educação Brasileira”. Já no dia 25, também às 19h, será apresentado o Panorama Político da Educação em SP. A palestra será dada pelo Prof. Dr. Daniel Cara, que é professor da Faculdade de Educação da USP e membro do Comitê Direto da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

As discussões se seguem por uma mesa redonda, a acontecer no dia 15 de junho, composta por autoridades ligadas à educação e órgãos representativos das professoras e professores. Na ocasião, serão discutidos os “Desafios da Educação no Contexto Municipal Atual”.

Em 22 de junho, a Professora Doutora Regina Tereza Cestari, que é docente na Universidade Católica Dom Bosco, do MS, contribuirá com as reflexões com sua análise acerca dos avanços e desafios dos Planos Municipais de Educação. Para finalizar a programação, em 6 de julho, representantes das subcomissões do Fórum Municipal de Educação de Presidente Prudente trarão à tona discussões acerca do “Monitoramento e (re)construção do Plano Municipal de Educação”.


A organização do seminário informa que será emitido um certificado de 30h para os participantes com mais de 75% de presença que realizarem as narrativas sínteses, como parte dos estudos.

O evento é gratuito e organizado pelo Fórum Municipal de Educação de Presidente Prudente (FMEPP), pela FCT Unesp, pelo Grupo de Pesquisa de Formação de Professores, Políticas Públicas e Espaço Escolar (GPFOPE), pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Presidente Prudente e Região (Sintrapp), e pela Associação de Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo (Apampesp).


Inscrições
O evento é gratuito e, para se inscrever, os interessados devem preencher este formulário online.

Contatos para mais informações ou em caso de dúvidas:
Ângela Rubini – (18) 99629-7845
Marta Campos – (18) 99791-8991

Câmara Municipal aprova precarização da Educação prudentina

Câmara Municipal aprova precarização da Educação prudentina

Na noite da segunda-feira (19), as vereadoras e vereadores da Câmara Municipal de Presidente Prudente deixaram sua marca na história do município. Mas, ao contrário do que se espera, a marca é negativa, pois atingirá a Educação Municipal Pública e o funcionalismo de modo a prejudicar o ensino. A maioria das vereadoras e vereadores (com exceção do vereador Mauro Neves) da 18ª legislatura foram favoráveis ao Projeto de Lei N°155/2022, de autoria do Poder Executivo Municipal que tem por objetivo precarizar a educação, trazendo para o âmbito escolar um profissional contratado de forma temporária, que não possui vínculo afetivo com os estudantes e familiares e nem atuação. O PL, que no corpo da Lei autoriza a criação da “Atividade de Professor Eventual”, nas suas entrelinhas, descreve um gigantesco retrocesso para a Educação Pública Municipal na forma da contratação de trabalhadores que atuarão nas unidades escolares em total descompasso com o contexto e as políticas pedagógicas adotadas.

Cabe ainda destacar que, além da falta de diálogo com os profissionais que atuam na educação, não é costume nem da administração municipal, nem da Casa de Leis do município, ouvir tais profissionais para reavaliar Leis que já estão em vigor. Sendo assim, o projeto de precarização trazido pelo PL N°155, que agora se tornará uma lei, poderá trazer danos irreparáveis à educação. Tal falta de diálogo também acontece com outras legislações, como o Plano Municipal de Educação, que é contrariado nas estratégias 18.1, 18.2 e 18.8, que falam sobre diminuir o número de profissionais contratados, criar de forma responsável cargos de professsor de forma que sejam supridas as demandas geradas por afastamentos previstos em Lei e também adequar a jornada de trabalho para garantir que um terço do período seja destinado à formação continuada de tais profissionais. Estas e outras questões foram apontadas e levantadas em um manifesto formal elaborado por diversas entidades ligadas à educação pública, como o Sintrapp, o Fórum Municipal de Educação, o Conselho Municipal de Acompanhamento do Fundeb, a Associação de Professores Aposentados do Magistério Público do Estado e a Apeoesp.



É necessário que a administração atue no sentido de promover melhorias na qualidade da educação municipal, valorizando os profissionais e investindo em políticas e ações. Porém, o atual governo, com o endosso da Câmara Municipal, opta por caminhos que precarizam a educação e, com toda a certeza, trarão prejuízos no caminho percorrido pelos alunos na construção do conhecimento.

Considerando a aprovação do PL, o Sintrapp e os profissionais da Educação prudentina municipal repudiam a atitude do executivo, que elaborou o PL N°155 e também da Câmara Municipal, que votou contra a educação. Tanto o executivo quanto o legislativo deixam hoje, 19 de setembro de 2022, sua marca na história prudentina, quebrando um dos tijolos que formam a base de uma educação de qualidade.

Prefeitura pretendia usar dinheiro do Fundeb com trenzinho para desfile de aniversário de Prudente enquanto faltam materiais nas escolas

Prefeitura pretendia usar dinheiro do Fundeb com trenzinho para desfile de aniversário de Prudente enquanto faltam materiais nas escolas

O Fundeb é um agrupamento de fundos que têm o objetivo de financiar a educação pública no Brasil. Conforme estabelecido no Artigo 11 da Seção de III da nova Lei Nº 14.113/2020 – conhecida como nova Lei do Fundeb -, os recursos são enviados para custear os gastos dos municípios com educação e são estimados com base no número de estudantes matriculados, sendo enviado valor necessário para cobrir os gastos anuais com profissionais, materiais e outros itens relacionados à garantia dos serviços públicos em educação.

Porém, apesar do que diz a Lei do Fundeb no Artigo 25 do Capítulo V, onde é citado que os recursos devem ser utilizados “em ações consideradas de manutenção e de desenvolvimento do ensino para a educação básica pública”, em Presidente Prudente, faltam materiais de limpeza e de higiene como papel higiênico, sabonete líquido, detergente, saco de lixo, água sanitária, desinfetante, álcool, esponja de lavar louça e até materiais necessários para o ensino, como cadernos, sulfite, lápis preto e colorido. A queixa foi enviada por servidoras e servidores lotados em várias escolas da rede.

A situação da falta de materiais nas escolas, e até a questão relacionada ao descumprimento do Piso Nacional do Magistério, se contrapõe à intenção de locação de máquinas e equipamentos a serem utilizados no desfile de 14 de setembro, data do aniversário de Presidente Prudente. Conforme discriminado na nota, a empresa que seria contratada e paga com recursos do Fundeb, forneceria trenzinho com som interno e externo e microfone para divulgação de marca ou evento, além de iluminação led de última geração e personagens fazendo animação do público durante o percurso, pelo valor de 16 mil reais. A diretora do sindicato, Vera Sônia Rodrigues, conta que “a utilização deste valor é encarada como uma afronta aos profissionais que estão nas escolas, se desdobrando com a escassez de materiais básicos”. 

O presidente do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb (CACS FUNDEB), Sérgio Eduardo Gomes da Silva, conta que a administração recuou da intenção de pagar a contratação, utilizando os recursos do Fundeb, quando a situação se tornou pública. Sérgio acescenta que “o conselho continuará acompanhando as contas do município para averiguar se, a prefeitura fará ou não o pagamento do trenzinho com o dinheiro que é enviado pelo governo para utilização exclusiva nas políticas em educação”.



A diretora Ângela Rubini, enfatiza que “os recursos do FUNDEB têm o destino de financiar as ações de manutenção e desenvolvimento da educação básica pública e, portanto, é preciso uma atenção rigorosa com as necessidades prioritárias para que o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos alunos aconteça. Nesse sentido, o diálogo entre todos os sujeitos envolvidos é imprescindível. Quem sabe sobre as necessidades das Unidades Escolares, são as pessoas que lá atuam. Não se pode conceber uma escola sem materiais básicos como: papel higiênico, sabonete líquido, detergente, saco de lixo, água sanitária, desinfetante, álcool, esponja de lavar louça, cadernos, sulfite, lápis preto e colorido, profissionais bem remunerados e com seus direitos respeitados”. A diretora ainda enfatiza que a utilização dos recursos do Fundeb deve ser feita com responsabilidade, sempre buscando garantir no mínimo o que é básico. Além do gasto com o trenzinho para o desfile de comemoração do aniversário de Prudente, há ainda a contratação de empresa para prestação de serviços de formação e treinamento relacionados às políticas de financiamento da Educação – entre elas o Fundeb -. Na nota, foi discriminado o valor de 48 mil reais para a contratação por 4 meses, considerando que a duração total do contrato é de 1 ano. O sindicato destaca que existem, na rede municipal, servidoras e servidores de carreira que estão qualificados e capacitados para desenvolver este tipo de trabalho, o que seria uma forma de economia.


Sintrapp participa da II Conape

Sintrapp participa da II Conape

A Conferência Nacional Popular de Educação (Conape) teve o objetivo de debater, de forma democrática, o futuro da educação no Brasil. O evento aconteceu entre os dias 15 e 17 de julho em Natal (RN) e contou com a participação de mais de 3.000 pessoas ligadas ou interessadas na construção e no fortalecimento de um projeto de educação democrático. O Sintrapp, como representante de servidoras e servidores que atuam na educação pública não poderia estar de fora deste evento. Representando a entidade, as diretoras Maria Ângela Rubini e Vera Sônia Rodrigues dos Santos participaram dos debates que foram pautados pelo lema: “Educação pública e popular se constrói com democracia e participação social: nenhum direito a menos e em defesa do legado de Paulo Freire”.


A diretora Maria Ângela considera que “estar presente na CONAPE 2022 foi um ato de resistência ao retrocesso e desmonte dos serviços públicos, vividos nos últimos anos no Brasil. O documento base discutido na Conferência, aperfeiçoa e materializa nossas intenções para uma educação pública, gratuita e de qualidade para todas, todos e todes, pilar fundamental para a reconstrução nacional”. A sindicalista, que é professora de formação, ainda acrescenta que “a luta é pela volta do Estado Democrático de Direito, e isso se faz com mobilização, união, e propostas que materializam e fortalecem os serviços públicos à toda população”.

Cabe destacar que a Conape nacional é ponto de encontro dos diversos debates que foram feitos de forma setorizada e regional, em âmbitos e conferências livres municipais, temáticas, regionais, e estaduais. Cada um destes eventos elege delegados que representarão as ideias que foram debatidas na região. Na região de Prudente, a conferência intermunicipal aconteceu em 20 e 21 de agosto do ano passado e foi organizada pelo Fórum Municipal de Educação, que reuniu 53 municípios da região em torno dos debates.  

A diretora Vera Sônia conta que representou, com muito orgulho, o Sintrapp na Conape. “Esta Conferência que valoriza os profissionais da educação veio para esperançar o Brasil nesse momento tão difícil para a sociedade brasileira, valorizando jovens, estudantes, crianças e profissionais da educação, trazendo para debate a educação que queremos no chão de nossas escolas, como um grande desafio para os caminhos da educação do nosso país” e conclui: “Viva Paulo Freire! Viva a Educação! Viva a Conape!”.


A Conferência é organizada pelo Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE), que é composto de mais de 40 entidades atuantes no campo educacional, confederações e movimentos sociais que lutam em defesa da educação. A “Conape da Esperança” produziu um documento final, intitulado “Carta de Natal” que lista as propostas da conferência e pode ser resumido como a propositura de “implementação de uma plataforma em defesa do Estado democrático de direito, em defesa das instituições republicanas, da vida e da soberania popular, dos direitos sociais e da educação, que mobilize, ainda mais, amplos setores da sociedade”.